A receita colaborativa do ReCaptcha

Gerar receita com serviços digitais é uma dúvida extremamente comum entre as start-ups digitais. Foi assim com os veteranos Flickr e Facebook, continua sendo o problema do Twitter e do Tumblr e certamente será a grande questão a ser respondida pelos gestores dos futuros nomes que surgirão no ecossistema digital.

A grande maioria dos casos envolve os modelos de negócio em que as empresas passam a cobrar de anunciantes pela visibilidade ou a cobrar dos usuários pelos acessos ao serviço. O ReCaptcha segue um modelo de negócios diferente: a receita advinda dos serviços de colaboração em massa.

O que todos nós, usuários e desenvolvedores, vemos é o ReCaptcha é um serviço para validar a ação de usuários em diversas atividades da internet agindo como uma ferramenta anti-bot (um software para execução de atividades, geralmente maliciosas).

O que não vemos é que, além de auxiliar na segurança de sistemas digitais, o ReCaptcha também é uma ferramenta para confirmação de dados digitalizados de clientes da própria empresa. E quem ajuda na validação dos dados somos nós, os usuários, de modo colaborativo e em abrangência global.

Os pares de palavras apresentados durante uma nova solicitação de validação de usuário contêm uma palavra que proveniente de um material previamente digitalizado por um sistema automatizado. A lógica do ReCaptcha trabalha com pura matemática, a cada 10 respostas iguais para a mesma palavra o sistema atribuí àquela informação como sendo verdadeira e a relacionada com o dado digitalizado.

Com a alta demanda do serviço para auxiliar na segurança de sistemas, o ReCaptcha consegue entregar o serviço de validação de dados digitalizados com eficiência e gerar receita financeira à partir dos seus contratantes diretos. O negócio criado por Luis von Ahn, Ben Maurer, Colin McMillen, David Abraham e Manuel Blum deu tão certo que a empresa atraiu a atenção da Google.

Atualmente o novo projeto de trabalho colaborativo que é o foco do grupo, é o serviço educacional Duo Lingo. O novo serviço é destinado ao aprendizado de idiomas e, assim como o ReCaptcha, também utiliza um modelo de negócio diferente dos outros sites de ensino de línguas presentes na internet.

O serviço não cobra mensalidade nem taxas por acesso aos módulos de atividades, basta preencher o cadastro e estudar. Os estudantes aprendem uma nova língua e são expostos a exercícios de tradução de texto durante as aulas. Todas as traduções geradas pelos alunos auxiliam no ambicioso projeto de traduzir e disponibilizar todo o conteúdo da internet em vários idiomas.

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